Ao tentar
definir a natureza da matemática, Frege primeiramente tentou responder à
pergunta: “O que é um número?”. Dessa forma, Frege desenvolveu o seu sistema
lógico com a finalidade de assentar a matematica em relações lógicas simples.
Porém, como todos os termos que são definidos são definidos por meio de outros
termos, é claro que o conhecimento humano deve sempre se contentar em aceitar
alguns termos como inteligíveis e sem definição, de maneira a ter um ponto de
parida para as suas definições.
No sistema de Frege, a noção
aritmética de número foi substituída pelo conceito lógico primitivo de
“conjunto”, sendo este, em um primeiro instante, sem definição formal.
Entretanto, este conceito pode ficar um pouco mais intuitivo ao se apresentar
alguns sinônimos de conjunto como: coleção, classe, agregado, múltiplo, etc.
Assim sendo, um conjunto ou coleção pode ser
definido a partir de duas maneiras diferentes. Pode-se enumerar os seus
membros, por exemplo, quando alguém se refere à uma coleção da seguinte forma:
-“O grupo a
que me refiro é constituído por Leonardo, Raphael, Donatello e Michelangelo.”
Ou pode-se
definir um conjunto a partir de uma propriedade que todos os membros tenham em
comum. Por exemplo:
-“O grupo a
que me refiro é o das Tartarugas Ninjas.”
Ou até
mesmo:
-“O grupo a
que me refiro é o dos pintores renascentistas.”
A definição
que enumera é chamada uma definição por “extensão” e a que menciona uma
propriedade em comum é chamada de “intensão”. Destas duas maneiras diferentes
de definir um conjunto, aquela por intensão é a mais fundamental pois uma
definição extensional pode sempre ser reduzida à uma intensional, porém a
recíproca não é verdadeira. Isto ocorre pois muitas vezes lidamos com conjuntos
que é muito difícil considerar cada membro ou isto simplesmente não é possível.
É óbvio que,
na prática, podemos frequentemente saber muito sobre um conjunto sem sermos
capazes de enumerar os seus membros. De fato, nenhuma pessoa poderia enumerar
todos os homens, ou todos os habitantes de São Paulo; no entanto, é possível
saber muito sobre cada um destes conjuntos.
Quando se
procura uma definição para número, todas estas observações são relevantes de
três maneiras diferentes. Em primeiro lugar, os próprios números formam uma
coleção infinita, e não podem, portanto, ser definidos por enumeração. Em
segundo lugar, os conjuntos que tem um número definido de elementos formam eles
próprios um conjunto infinito – por exemplo, há infinitas maneiras de definir
qualquer trio no universo: três bananas, três frutas, três animais, três
objetos, etc. E em último lugar, é desejável definir número de uma forma que a
infinitude seja possível.

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